Portugal atinge 111h sem produção de energia térmica convencional
A redução de consumos no período do Natal, associada a elevadas disponibilidades eólicas e hídricas, levaram ao maior período registado até hoje no sistema nacional sem a contribuição de qualquer produção térmica clássica, ascendendo a 111 horas, no período entre os dias 24 e 28 de dezembro.
Neste período o sistema foi abastecido a partir de produção eólica com 47%, hídrica 19%, importação 17%, fotovoltaica com 2% e os restantes 15% de cogeração e biomassa.
O anterior período máximo sem térmica convencional tinha ocorrido em abril de 2018, totalizando 88 horas.Este ano, a contribuição do carvão para o abastecimento o consumo de eletricidade foi de 4%, quando habitualmente ultrapassava os 20%.
Para João Conceição, COO da REN, “estes dados revelam a robustez do Sistema Eléctrico Nacional, pois quando é necessário ajustar a diferentes fontes de produção, estas ficam disponíveis, em condições competitivas de mercado, assegurando a segurança e a fiabilidade do abastecimento”.
Produção renovável abastece 56% do consumo em Novembro
O consumo de gás natural registou um crescimento de 2,3% em novembro, face ao homólogo, com o segmento convencional a recuar 0,1% e o segmento de produção de energia elétrica a crescer 6,7%. No final de novembro, o consumo acumulado anual registou uma variação negativa de 1,4%, com uma quebra de 5,0% no segmento convencional e um crescimento de 5,1% no segmento de produção de energia elétrica.
O consumo de energia elétrica recuou 5,1% em novembro, ou 3,8%, com correção dos efeitos de temperatura e número de dias úteis, face ao período homólogo. Já no acumulado do ano, a evolução é negativa em 3,5%, ou 3,9% com correção de temperatura e dias úteis.
A produção renovável abasteceu 56% do consumo nacional de energia elétrica (incluindo saldo exportador) em novembro, tendo a não renovável sido responsável pelos restantes 44%.
Em novembro, o índice de produtibilidade hidroelétrica ficou perto do regime médio registando 0,96 (média histórica igual a 1). Na produção eólica as condições foram menos favoráveis com o índice respetivo a registar 0,88 (média histórica igual a 1). A produção renovável abasteceu 56% do consumo (incluindo saldo exportador) e a não renovável os restantes 44%. O saldo de trocas com o estrangeiro, exportador, foi o mais elevado deste ano equivalendo a 17% do consumo nacional.
No período de janeiro a novembro, o índice de produtibilidade hidroelétrica anual situou-se em 0,97 (média histórica igual a 1) e o de produtibilidade eólica em 0,92 (média histórica igual a 1). Neste período, a produção renovável abasteceu 57% do consumo, repartida pela hidroelétrica e eólica, ambas com 24%, biomassa com 7% e fotovoltaica com cerca de 3%. A produção não renovável abasteceu 40% do consumo, fundamentalmente com gás natural, representando o carvão cerca de 4% do consumo. O saldo de trocas com o estrangeiro abasteceu os restantes 3% do consumo nacional.
Gás Natural para produção de energia elétrica com novo máximo histórico
O consumo de gás natural para abastecimento das Centrais Termoelétricas do Sistema Nacional atingiu, a 16 de Outubro, o valor diário mais elevado de sempre, com 136,5 GWh. Este valor ultrapassa o anterior máximo, registado a 17 de Agosto de 2017, com 134,5 GWh.
Em termos acumulados, o consumo de gás natural para abastecimento das centrais termoelétricas registou ao final do mês de setembro um crescimento de 7% face ao ano anterior.